Sua revista escolar de filosofia.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Que bonito!

É possível arte sem beleza?

Muitas pessoas vão defender que o belo é o que agrada a cada um e, portanto, não há uma Beleza universal.

Você concorda?

Segundo Kant, não é bem assim. Para o filósofo alemão, a Beleza é aquilo que agrada de maneira universal e livre. A percepção do Belo não deve estar condicionada por desejos ou interesses. É um deslumbramento puro do espírito. Como a moral, a beleza é transcendental. Não existe em si mesma de forma objetiva ou absoluta. Não se vê a Beleza andando por aí. O que se encontra é a beleza nas coisas provocando o prazer estético. Sentir o Belo é uma experiência subjetiva frente a algo objetivo que contenha características harmônicas tais que inspirem na consciência o reconhecimento da Beleza. É como um "dever" da razão captá-la.



"O juízo estético contém um "dever": os ouros devem sentir como eu sinto e, se isso não ocorre, ou eles estão errados ou eu estou errado." (SCRUTON, p. 123)

Então?
Categórico demais?
Espere. Não rejeite já a afirmação. Em seguida vamos fazer um teste.

Falando ontem em São Paulo, o Nobel de Literatura, o peruano Mario Vargas Llosa, de 77 anos, criticou a cultura atual. Para ele o rótulo de cultural foi banalizado e, ao incluir qualquer manifestação, perdeu significado e representa nada pretendendo representar tudo.

O caldeirão de expressões contemporâneas fervilha de manifestações variadas que pretensamente são chamadas de cultura e arte. Porém, muitas não passam de experimentos esteticamente e culturalmente vazios e efêmeros, refletindo o espírito pós-moderno exagerada consumação de tudo. Para Llosa, a decadência faz o homem retroceder à barbárie, de onde saiu pelo refinamento de sua alma, pela cultura de alto nível.

O Belo existe como uma entidade ideal, sinônimo de perfeição, numa dimensão espiritual alcançada pela dialética racional como afirma Platão?
É uma qualidade das coisas e nas coisas, no sentido aristotélico?





Olhe bem essa reprodução da obra de Caravaggio.

Veja os detalhes, a profundidade, a luz, o movimento.



Agora reflita:




Há no objeto características que o fazem belo? 
São características universais capazes de sensibilizar qualquer pessoa, elementos que se impõem ao sujeito que os aceita como um dever de reconhecimento à beleza, como propõe Kant?
Ou com o perdão do paradoxo, o Belo é absolutamente relativo?  


fontes: SCRUTON, Roger. Kant. Porto Alegre: Editora LP&M, 2011. 
Folha de São Paulo
imagens: FolhaSP, ozeas.blogspot.com, patriciadedeus.com.br, caravaggio-foudation.org, luzecalor.blogspot.com




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